Entenda como o capital de giro mantém a saúde financeira da sua empresa
Você já se imaginou trabalhando com algo que ama, sendo seu próprio chefe, recebendo um salário justo e tendo mais tempo para si e para os seus familiares? Parece um sonho distante, mas se tornando um empreendedor, por exemplo, esse objetivo pode estar mais ao seu alcance do que você imagina. As microfranquias, por exemplo, têm menor necessidade de investimento e de capital de giro, e levam a um bom retorno financeiro.
Mas o que fazer para se tornar um empreendedor de sucesso? O primeiro passo é encontrar um negócio que você tenha paixão, se identifique e que tenha a ver com as suas habilidades. O segundo passo é se preparar financeiramente para sustentar aquela empresa até que o retorno financeiro comece a acontecer.
Portanto, é interessante fazer um plano de negócio detalhando todas as fases do processo de abertura da empresa, incluindo os gastos que você terá e os prazos de retorno do investimento.
Segundo o Sebrae, um empreendedor de sucesso precisa ter seis elementos: ser criativo, determinado, organizado, habilidoso com liderança, capaz de fazer autoanálise e conhecer as técnicas das etapas e processos. O Sebrae também aponta que um bom empreendedor precisa:
Ter atitude empreendedora: ou seja, ser uma pessoa que cria oportunidades e tem persistência para se livrar dos problemas;
Prototipar a sua ideia de negócio: antes de ir para a ação, é importante fazer um modelo daquele negócio para enxergar o que pode funcionar e o que precisa ser melhorado;
Investir no modelo de negócio: ou seja, é a forma como o seu negócio será executado. O Sebrae orienta que o formato da empresa deve ser pensado de forma sustentável;
Fazer um planejamento financeiro: como já dito anteriormente, é necessário se planejar financeiramente antes de abrir uma empresa. Portanto, calcule detalhadamente os custos daquele negócio para saber quanto deverá ser investido;
Valorizar os clientes: sendo bem atendidos, os clientes criarão apreço pela sua empresa e ficarão satisfeitos, aumentando as chances de voltar a comprar. Isso fará com que o seu negócio tenha maior possibilidade de crescimento;
Ter um planejamento: planejar com cautela é fundamental para que o seu negócio evolua de maneira sustentável;
Estudar o mercado: esse é um fator essencial para o sucesso do seu negócio. Essa análise deverá ser feita não só em relação aos clientes, mas também sobre concorrentes e fornecedores;
Avaliar a necessidade de financiamento: você só deve pegar um empréstimo se ele for essencial para a sua empresa naquele momento e se tiver um planejamento para quitá-lo. Isso vai evitar a não passar sufoco no futuro.
Um fator que pode salvar a sua empresa do financiamento é o capital de giro. Mas afinal, o que é isso? O capital de giro é o garantidor da saúde financeira da sua empresa. É ele que proporciona a reposição dos estoques, assegura dinheiro em caixa quando as vendas são feitas a prazo e o pagamento de fornecedores, por exemplo.
Basicamente, é a diferença entre o seu ativo circulante, ou seja, o que você tem disponível em caixa, nas contas a receber de curto prazo, nos bancos, em aplicações financeiras etc, e o seu passivo circulante, que é aquilo que você está devendo a curto prazo para os fornecedores, os valores que você tem que dar ao banco e as contas que você tem a pagar.
Segundo o Sebrae, “a necessidade de capital de giro está diretamente ligada ao Ciclo Financeiro da empresa, que é a velocidade com que o dinheiro “roda” no empreendimento. Quanto mais longo (maior) for o seu ciclo financeiro, maior será a sua necessidade de capital de giro”.
Esse ciclo financeiro é calculado da seguinte forma: Prazo Médio de Renovação do Estoque (PMRE) + Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) – Prazo Médio de Pagamentos (PMP). Ou seja, para que você necessite de menos capital de giro, você vai precisar reduzir o ciclo financeiro da sua empresa.
Ainda em dúvida sobre como fazer os cálculos? O Sebrae preparou algumas ferramentas para ajudar o empresário a lidar com caixa, crédito, estoque, preço de venda, passivos e capital de giro. Confira aqui.
Para uma pessoa que está entrando no mundo do empreendedorismo agora, muitas questões e dúvidas podem surgir no caminho, por isso nós separamos as principais delas e respondemos.
Posso começar um empreendimento sem capital de giro?
Por mais simples que seja o seu negócio, você terá que ter recursos de capital para giro. E esse valor não é apenas para investimentos, mas também para despesas fixas mensais, como aluguel, internet, telefone, salários, etc.
Devo pegar um empréstimo para fazer o meu capital de giro?
Só faça um empréstimo se a sua empresa tiver garantias futuras para quitá-lo. Além disso, o empréstimo não pode se tornar um hábito. Portanto, só faça um em situação de extrema necessidade e pesquise os menores juros do mercado. Também busque corrigir os procedimentos de compra e venda para que o seu capital de giro volte a ficar no azul e você não precise recorrer ao empréstimo novamente.
Como manter o capital de giro da minha empresa?
Um fator de suma importância na gestão do capital de giro é o controle financeiro. O primeiro passo é fazer um controle diário de caixa, ou seja, o registro de todas as entradas e saídas de dinheiro e o saldo existente no caixa. Isso vai ajudar a enxergar possíveis erros de registros ou desvios de recursos.Outro passo é fazer o controle bancário registrando, diariamente, toda a movimentação bancária e o controle de saldos existentes.
Também é necessário fazer um controle das vendas, tanto as diárias quanto as vendas acumuladas durante o mês. Fazendo isso você poderá encontrar soluções para que as metas sejam alcançadas. Faça também um controle de contas a receber, estimando o total e o período.Também é importante anotar as contas que estão em atraso e tomar tomar providências para a cobrança e o recebimento dos valores. Feito tudo isso, é chegada a hora de organizar as contas que a sua empresa precisa pagar.
Organize os totais a pagar obedecendo a seus períodos de vencimento: dia, semana, quinzena, etc.Após isso, faça um controle mensal com o valor de cada despesa – aqui você pode observar alguns gastos que podem ser eliminados. Por fim, faça o controle de estoques. Com isso, você vai evitar possíveis desvios, vai saber quais os produtos precisam de reposição e ainda vai conseguir observar os produtos que estão parados no estoque e que devem ser reduzidos.
Como saber qual é o capital de giro necessário para empresa?
Para que você consiga calcular adequadamente o montante necessário de capital de giro para o seu negócio, é importante ter os seus controles financeiros em dia. Vamos tentar te explicar didaticamente para que você consiga visualizar o que fazer.O primeiro passo é calcular o prazo médio que você tem das contas a pagar, ou seja, de todas as compras que você fez com fornecedores. Também é importante calcular quanto tempo, em média, os clientes demoram para pagar a você.
Feito isso, você saberá quantos dias de prazo descoberto o seu negócio tem.A partir disso, você precisará calcular, também, o custo fixo mensal do seu negócio. Ou seja, os gastos com aluguel, água, luz, internet, salários. Em seguida, faça uma estimativa do valor do custo variável mensal do seu negócio. Nesse passo, você terá que calcular todas as despesas relacionadas com a venda ou a produção do produto ou serviço.
Com os valores dos custos mensais e dos custos fixos, você terá uma média diária de qual o seu custo por dia. A partir daí, você vai multiplicar esse valor pela quantidade de dias em que a empresa estará descoberta, ou seja, os dias que você precisará usar o capital de giro para pagar as despesas do seu negócio.Após esse cálculo, você já terá o valor da primeira parte do capital de giro necessário. Para complementar esse valor, também é necessário que você tenha uma noção do valor de estoque que você precisa para fazer a sua empresa funcionar.
Somando isso com o cálculo anterior, você terá o valor total do capital de giro necessário para o seu negócio.
Agora que você entendeu como funciona o capital de giro e como as microfranquias e outras empresas calculam o capital necessário para cada operação, você deve ter percebido a importância dele para a saúde financeira da sua empresa e deve estar se perguntando como gerenciá-lo para não ficar no vermelho. Portanto, confira essas dicas que nós preparamos:
Faça um planejamento
O planejamento é essencial para que a gestão do seu capital de giro tenha êxito e para evitar problemas futuros de má administração, mantendo o fluxo de caixa saudável. Portanto, o primeiro passo é registrar todas as entradas e saídas de capital da sua empresa para que você consiga entender como a sua demanda e seu público funcionam. Também é importante que você tenha uma visão futura do seu negócio, enxergando não só o cenário financeiro atual da sua empresa, mas também projetando a longo prazo.
Corte gastos
Fazendo um controle mensal de cada despesa do seu negócio, você pode identificar alguns gastos desnecessários que podem ser eliminados, como materiais de escritórios em excesso e produtos sobrando no estoque, por exemplo. Portanto, fique sempre atento ao fluxo de caixa para evitar a má administração do capital de giro da sua empresa.
Tenha disciplina
Ao usar o capital de giro para cobrir alguma despesa, não se esqueça de repor a mesma quantia quando entrar dinheiro em caixa. Caso não faça isso, você pode estar sentenciando o começo de problemas financeiros da sua empresa.
Negocie com os fornecedores
Tente sempre negociar com os fornecedores formas de pagamentos mais confortáveis, como aumento de prazo, por exemplo. Caso o pagamento à vista fique mais barato, calcule se esse desconto cabe no seu planejamento de capital de giro. Com o passar do tempo, você terá mais abertura com os seus fornecedores para negociar novos prazos.
Tente vender à vista
Embora o parcelamento seja uma facilidade para os clientes, já que é um alívio para o bolso, esse facilitador pode atrapalhar um pouco o controle dos seus recursos. Sendo assim, é importante que você incentive as compras à vista. Dê descontos para quem for pagar em dinheiro, promova campanhas ou pense em qualquer outra maneira criativa que convença o seu cliente a enxergar benefícios no pagamento à vista.
Antecipe os pagamentos a receber
Caso você tenha valores futuros para receber de instituições financeiras, você pode tentar procurá-las para antecipar esse recebimento. No entanto, é preciso estar atento às taxas de juros cobrados por esse serviço e analisar se realmente é vantajoso para o seu negócio.
Otimize o seu estoque
Não compre um estoque maior do que o necessário, mesmo que com isso você vá conseguir preços melhores junto aos fornecedores. Tente encontrar um equilíbrio entre a quantidade de produtos comprada e a quantidade vendida.O Sebrae alerta que ao partir para essa prática muito comum, os empreendedores não observam que “o ganho no preço de compra vai embora na linha de despesas financeiras, que são os juros que você vai pagar aos bancos para te financiarem”. Uma dica é fugir de pedidos mínimos, de preços promocionais para determinadas quantidades de compras e outras armadilhas que os fornecedores criam.
Evite usar financiamentos
Tente não usar os financiamentos bancários quando o capital de giro estiver abaixo do necessário. Tenha em mente que os juros cobrados por essas instituições podem te trazer problemas futuros, prejudicando a operação da sua empresa e a administração do seu capital de giro.Mas caso você não tenha outra alternativa, use o empréstimo. Lembre-se que você só deve procurar esse tipo de serviço se a sua empresa possuir garantias futuras para quitá-lo. Você também não deve fazer dessa alternativa um hábito.
Automatize seus processos financeiros internos
Automatizar todo o processo de controle do capital de giro vai te ajudar a otimizar o seu tempo. Portanto, invista no uso de um software de gestão específico ou em plataformas voltadas para algumas tarefas específicas.Além de ser uma vantagem em relação ao tempo, também é um facilitador para que você identifique e solucione os problemas de forma muito mais rápida. Esse tipo de sistema é muito mais confiável do que o trabalho manual, portanto, as chances de erros são bem menores.
Adote um sistema de cobrança efetivo
A conta é simples: quanto mais clientes inadimplentes o negócio tem, mais capital de giro será necessário utilizar. Em um cenário econômico difícil como o atual, o índice de inadimplência fica ainda mais alto e isso pode ser um grande problema para sua empresa.Portanto, é necessário adotar um sistema de cobrança efetivo, que tenha profissionais que saibam as estratégias necessárias para conseguir êxito nas negociações. Ao fazer isso, você vai evitar problemas financeiros da empresa por falta de pagamentos dos clientes.
Como saber o capital de giro de uma microfranquia?
Se você sonha em ser seu próprio chefe e em ter independência financeira mas não tem tanto dinheiro para investir, as microfranquias podem ser uma boa opção. Elas são negócios replicados por meio do modelo de franchising e exigem um investimento inicial inferior ao das franquias tradicionais, o que é um grande facilitador.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) adota como padrão o valor de três vezes o PIB anual per capita (Produto Interno Bruto anual médio por habitante do país) como valor máximo de investimento para o negócio se classificar como microfranquia – atualmente, cerca de R$ 100 mil.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento de microfranquias registrou crescimento de 8% no último ano. Esses negócios não exigem, necessariamente, uma loja ou um ponto comercial, nem a manutenção de altos estoques de produtos, por isso têm menor necessidade de investimento e de capital de giro.
No entanto, duas considerações que devem ser feitas ao investir em uma microfranquia: quanto de dinheiro você vai precisar investir no negócio e quando você vai receber esse valor de volta. Até você atingir o fluxo de caixa positivo, você terá que utilizar o capital de giro.
Na prática, o fluxo de caixa é o dinheiro que sobra na conta corrente e/ou em dinheiro vivo no caixa da empresa ao final de cada dia. O capital de giro terá que ser suficiente para pagar as suas despesas mensais e manter o seu negócio funcionando.O ideal é que se tenha um capital de giro maior do que o recomendado pelo franqueador.
A dica da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e do Sebrae é ter um controle diário do fluxo de caixa do negócio e sempre que possível deixar dinheiro guardado ou disponível na conta corrente para pagar as contas do dia a dia sem necessidade de pegar dinheiro emprestado, e evitar o pagamento de juros ao banco.
Lembre-se que os cálculos de fluxo de caixa e capital de giro são essenciais para manter uma gestão financeira saudável, portanto, não deixe de prestar atenção nessas questões porque elas podem refletir diretamente no sucesso do seu negócio.
Agora que você entendeu tudo sobre capital de giro, que tal se aprofundar na temática de microfranquia? Clique aqui e saiba mais.
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